Como driblar o aumento do endividamento e inadimplência
O endividamento das famílias com carnês e cartões de lojas de varejo e a inadimplência das famílias avançaram neste ano. O endividamento alcançou 19,4%, percentual que representa alta de 0,5 ponto percentual (p.p) se comparado ao mês anterior e de 1,2 p.p. em relação com agosto do ano passado. Já a inadimplência alcançou 29,6% do total de famílias no país, sendo o maior patamar desde o começo da série histórica em 2010. Os resultados foram divulgados pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
Segundo os dados, o percentual de famílias que relataram ter dívidas a vencer no cheque pré-datado, cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, crédito consignado, empréstimo pessoal, prestação de carro e de casa chegou a 79% do total dos lares no Brasil. “O crescimento da proporção de endividados acelerou na passagem mensal, com aumento de 1 ponto percentual. Em relação a agosto do ano passado, a proporção de endividados apontou alta de 6,1 p.p.”, informou a entidade.
Para abordar este cenário crítico, o jornal VTV da Gente, do SBT/VTV Campinas, trouxe uma reportagem sobre este aumento de endividamento das famílias brasileiras, com relação ao ano passado, como apontou CNC.
Nosso consultor e diretor financeiro, Daverson Furlan , concedeu entrevista e trouxe uma visão do mercado com dicas para ajudar a solucionar esse problema.
Assista a entrevista na íntegra através do link https://youtu.be/wrwqNfVMPAU
Vale lembrar que, assim como nos lares brasileiros, as empresas também devem tomar cuidados com a vida financeira. Segundo Furlan, o desequilíbrio nas contas do governo, refletido na Selic e nos juros reais, desestimula o investimento produtivo e eleva o custo dos empréstimos e os financiamentos encarecem os produtos, diminuindo a competitividade e lucratividade de praticamente todos os empreendimentos no País.
“O aumento da taxa Selic e sua manutenção em patamar extremamente elevado (13,75% em novembro), implica num juro real, descontada a inflação medida pelo IPCA de 6,47% nos últimos 12 meses, de aproximadamente 6,8%. Esses altos juros reais encarecem o crédito ao consumidor, desaquecendo diversos setores da economia, culminando em receitas menores para as empresas”, explica a situação.
Mas esse endividamento não deve ser necessariamente considerado algo negativo. “Financiar bens produtivos é saudável porque geralmente é feito com taxas de juros mais baixas, pois o bem adquirido geralmente é garantia, diminuindo o risco e sua amortização está atrelada a geração de caixa pelas operações”, aponta o consultor.